O objetivo desse texto é levantar algumas questões sobre a avaliação de desempenho dos professores que é aferida pela Secretaria de Educação por meio de uma provinha no final de cada ano. Gostaria de começar perguntando: Você concorda com a provinha de avaliação de desempenho? Você acha que esse tipo de avaliação realmente avalia as nossas práticas pedagógicas? E os resultados, você tem acesso? Para que ou para quem interessa essa provinha?
Sabe-se que a avaliação é indispensável para o Sistema educativo se auto-avaliar. Como afirma Antonio José Ferreira, educador português: “Ora, a Avaliação é indispensável para o Sistema Educativo se conhecer e ser conhecido, para os contribuintes que o pagam, como, aliás, pagam todos os serviços públicos, dele poderem ter prestação de contas, aliás como deviam ter prestação de contas da Saúde, da Justiça, das Obras Públicas, da Economia, das Finanças, etc., etc.” As perguntas que não se calam são: por que os demais profissionais de outras áreas não são submetidos, também, a uma provinha de desempenho? Por que essa preocupação exagerada de só submeter o professor a esse tipo de avaliação? Por que não submetem os médicos a uma provinha? Por que não fazem uma provinha de desempenho com os políticos que tem mandato? Por que o professor tem que ser o bode-espiatório da crise na educação e dessa sociedade que se encontra à deriva e em crise? Será que essa avaliação, em última análise, não termina promovendo a divisão entre professores de 1ª e 2ª classe?
Em ultima instancia, nós sabemos que essa provinha não avalia o desempenho dos profissionais em educação e termina sendo um mero simulacro, que escamoteia a realidade e serve como um instrumento que alimenta o sistema com resultados que ele pretende, só e mais nada.
Às vezes, temos a impressão de que vivemos em uma “timocracia”, onde o governante pensa ser o melhor entre todos os homens de seu tempo em termos de conhecimento e sabedoria. A grande questão é que vivemos em um país cujo poder político se intitula de “democracia”, onde o poder deve ter sua origem no povo e basear-se na opinião e na decisão de muitos e não de um só, como parece deixar entrever os governantes locais.
A nossa sociedade deve fazer um movimento de reconhecimento do papel importante do educador e lhe atribuir mais respeito e valor. Ainda bem que ainda existem professores, que apesar de serem humilhados por esse sistema podre que o subjuga ainda se sente motivado para o exercício do magistério porque se sentem com apetência para essa belíssima e singular profissão.
Prof. Manoel Jorge Barreto Costa
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
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